Ilítico

Não sou, não estou - melhor - não quero ser, não quero estar! Apenas o que desejo é saber, entender, desvendar...

Minha busca pela verdade me envereda por caminhos que desconheço, que somente posso sentir a partir do momento que meus pés pisam suas pedras. E isso é ora emocionante, ora alienante...

Como posso amar sabendo que este é um sentimento deveras imundo e repugnante? Que sempre vem travestido de formas atraentes, com romantismo falso e acaba por te escorraçar de sua própria razão?

Não permito entregar a felicidade de minha mísera existência nas mãos de outra pessoa que, em geral, não me conhece verdadeiramente. Dessa entrega incondicional somente pode advir dano e mais perdas, e eu não sou dado a perder!

Como acreditar num pseudo deus que a todo momento quer escravizar-me (com uma viseira bem apertada, apenas capim fresco até chegar o momento do abate) se deliciando confortavelmente em minha própria desgraça?

Em todos os segundos que já contei, todos os “amores” que já tive, os orgasmos que já gozei e todos os insanos momentos de fé, só me garantiram uma única coisa: a vida, em si, nada é além da animalidade revestida de intelecto.

O ser humano é apenas isso, um ser! Nada mais!

Não me venham com explicações! Não quero explicações!

Quero apenas viver, sem razões, sem escrúpulos morais, sem fé, sem esperar por algo! É isso, a esperança é o cupim do homem, é o que faz com que ele deixe de viver em detrimento de sonhos ou crenças que não fazem parte de sua própria realidade...

Quero amar sim, mas sem todas essas conotações já preestabelecidas. Não quero um contrato social, quero apenas uma vida! Eu proíbo quem me impede de viver!

Viver intensamente, com lágrimas, urina e esperma! Exatamente, meus próprios fluidos é que definem minha existência...
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Gallugh, 14/09/2010